Acidente de ônibus deixa jovem com marcas faciais
A estudante Kedydja Cibelly Borges dos Santos, 19 anos, sofreu grave acidente por meio de um acidente de ônibus, em 16 de novembro do ano passado, no transcurso entre Piauí e Salgueiro (PE). Na ocasião, todos os passageiros sofreram ferimentos, mas a situação de Kedydja foi mais grave: ela sofreu afundamento de face e perdeu a cartilagem do nariz e de uma das sobrancelhas. As feridas se estenderam às dores emocionais, gerando vergonha da jovem sair de casa, baixa autoestima e depressão.
O advogado Eduardo Lemos Barbosa entrou com uma ação indenizatória para reparação moral, material e estética, no dia 5 de março deste ano. Houve uma vitória judicial de 2º grau determinando o custeio à vítima, pela empresa de ônibus, de consultas preliminares, laudos e cronograma do tratamento, na cidade São Paulo/SP, em sede de tutela provisória, além de despesas básicas.
Até o momento do ingresso da ação, a empresa não havia prestado apoio algum à Kedydja Cibelly. “Já foi muito difícil passar por esta situação, ainda mais sem qualquer auxílio”, lamentou. O advogado Eduardo Barbosa foi incisivo ao afirmar que é previsão legal da obrigação da empresa em indenizar e prestar auxílio às vítimas de acidente.
A partir do respaldo judicial, a estudante viajou para São Paulo, no dia 6 de abril, para se consultar com médicos especialistas referentes à reparação das lesões no seu rosto. Lá ela obteve duas consultas: uma com um cirurgião plástico e outra com médico de implante de sobrancelha. O cirurgião plástico informou à Kedydja que ela precisaria passar por uma consulta com uma fisioterapeuta na sequência, que acabou sendo gratuita.
O diagnóstico do cirurgião deu nova esperança à jovem: “O cirurgião plástico me disse que o meu rosto tinha tratamento, tinha um jeito para ele, que conseguiria deixar meu rosto 100% de novo, e que seria algo simples, não invasivo, mas que também demoraria porque é algo que precisa ser feito aos poucos”.
Inicialmente, Kedydja terá que fazer uma cirurgia e, seis meses depois, outra. Além disso, o especialista informou a necessidade de se fazer uma enxertia de gordura na testa da jovem devido ao seu afundamento e, ainda, uma rinoplastia para melhorar tanto o aspecto do nariz quanto auxiliar na respiração porque, após o acidente, Kedydja passou a ter muita dificuldade para respirar.
“Eu fiquei bastante animada, fiquei muito feliz mesmo e até chorei na hora que o médico disse que eu poderia voltar a ter um rosto sem cicatrizes, porque na consulta avaliativa com o cirurgião plástico, que me operou no dia do meu acidente, ele falou que eu tinha que me conformar com o meu rosto, pois ficaria com as marcas para sempre. Eu fiquei muito mal na ocasião com isso, muito deprimida, mas, quando o médico de em São Paulo falou que tinha jeito, que era possível deixar o meu rosto 100% de novo, isso me deu nova vida, fiquei muito feliz e chorei na frente dele, agradeci muito”.
Em relação à fisioterapeuta, foi recomendado que ela se submeta a uma técnica chamada de carboxiterapia. Trata-se de um tratamento estético, que consiste na aplicação de injeções de gás carbônico nos tecidos, via subcutânea, que estimula a formação de novos vasos, promovendo melhor irrigação de sangue nos tecidos e, consequentemente, melhor oxigenação da região tratada. Este tratamento, conforme foi recomendado, deve ser feito uma semana antes da cirurgia.
Kedydja informou que, na oportunidade, a fisioterapela fez com ela uma sessão à laser, massagem com gel de silicone, diminuindo um pouco as cicatrizes. “A fisioterapeuta me passou a receita das coisas que eu preciso usar no dia a dia, incluindo uma placa de silicone para ser utilizada no lugar da fita que uso para esconder a cicatriz”, disse.
Já o médico do implante da sobrancelha avisou à jovem que ela tem grande chance “com sucesso” para voltar a ter uma sobrancelha. No entanto, o médico recomentou que este procedimento seja somente feito após a enxertia de gordura para melhorar o aspecto da cicatriz. “O médico disse que, assim, a chance será maior para fazer o implante da sobrancelha”, acrescentou.
O tratamento de Kedydja demorará cerca de cinco anos: dois anos com o cirurgião plástico e três com o implante da sobrancelha. A estudante informou que é necessária uma pausa longa entre os tratamentos para somente depois fazer outra cirurgia.
“Vai demorar um pouquinho, mas, só em saber que o meu rosto vai melhorar bastante e eu vou conseguir voltar a me olhar no espelho de novo, e gostar de olhar o que estou vendo, para mim será uma coisa maravilhosa. Estou muito animada e muito esperançosa!”, concluiu a jovem.
Terezinha Tarcitano
Assessora de Imprensa